A necessidade de criar uma população reserva do sagui-da-serra-escuro Buffy não é um conceito novo ...
As origens remontam a 1982, quando o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ) respondeu às preocupações sobre seu status na natureza (Coimbra-Filho, 1971, 1986, 1990). Embora, nesta época, tenha havido um rápido crescimento da população de C. aurita em cativeiro no CPRJ, atingindo 40 indivíduos, mantê-los se mostrou desafiador devido à ocorrência da Síndrome de Emaciação Progressiva nos animais, bem como à mortalidade aparentemente devido à leucemia. Na avaliação da lista vermelha de 1997, os esforços de reprodução em cativeiro foram reconhecidos como tendo sido mal sucedidos.
Em 2014, um grupo de primatologistas brasileiros e organizações internacionais, preocupados com a espécie, reuniu-se com o ICMBio (Instituto de Conservação da Biodiversidade), órgão governamental que trabalha com conservação de espécies, para formar um grupo de trabalho para abordar os problemas enfrentados pelo C. aurita. Reconheceu-se que as 3 instituições detentoras desta espécie necessitavam de apoio na resolução de problemas que coprometiam a progressão de uma população reprodutora saudável em cativeiro.
A Durrell Wildlife Conservation Trust, com sede na Ilha de Jersey (UK), iniciou uma série de workshops internacionais no Brasil sobre conservação e cuidados em cativeiro de saguis e micos, calitriquídeos. Esta série de oficinas foi projetada para reunir todos aqueles que trabalham com espécies de calitriquídeos em cativeiro de conservação ou na natureza, com o objetivo de trabalhar em conjunto para estabelecer um plano regional para as espécies mais ameaçadas e depois elaborar estratégias de conservação para cada uma. O sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita) foi objeto dessas oficinas e daí foi destacada como uma prioridade a necessidade urgente de se estabelecer um projeto de conservação para essa espécie.
Uma das primeiras ações foi empreender um estudo genético e demográfico e o estabelecimento de um studbook para o sagui-da-serra-escuro (gerenciado por Claudia Igayara, Zoológico de Guarulhos, São Paulo). O PCSS reconhece e agradece à Dra. Jennifer Mickelberg do Zoológico de Atlanta (responsável pelo studbook do mico-leão-dourado) por seu apoio e orientação nessa tarefa.
Em 2018, o studbook do C. aurita foi oficialmente reconhecido pelo Centro de Conservação de Primatas do ICMBio, através de uma parceria estabelecida com a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil - AZAB, e os movimentos de animais em conformidade com as recomendações do studbook foram iniciados, incluindo novos detentores.
O Zoológico de Guarulhos mantém a espécie desde 2009. Com uma nova ênfase e grande preocupação pela espécie, o Zoológico de Guarulhos está empenhado em pesquisar e aperfeiçoar técnicas de manejo relacionados a muitos problemas observados na reprodução, e está conseguindo resolver abortos precoces e outros distúrbios. Atualmente, mantém 3 pares reprodutivos e, o grupo maior, com 8 animais, será a fonte de novos pares a serem estabelecidos em outras instituições. Em 2019 esperamos ter o nascimento da segunda geração de animais criados em cativeiro. O Zoológico de Guarulhos está buscando recursos para aumentar sua capacidade e manter 4 grupos reprodutivos.
o Futuro
A iniciativa de cativeiro de conservação precisa de desenvolvimento e investimento. Em 2017 e 2018 ficamos entusiasmados por ter aumentado o número de nascimentos bem sucedidos, no entanto, há muito trabalho a ser feito para atingir nossa meta de curto prazo de 12 pares reprodutivos. Precisamos urgentemente financiar instalações adicionais para que tenhamos um aumento bem-sucedido da população.
Nosso objetivo a longo prazo é ter várias instituições que possuam a espécie, de modo que uma população de 350 a 400 indivíduos possa ser alcançada, mantendo assim uma população geneticamente saudável em cativeiro de conservação, para pelo menos os próximos 100 anos. Isso demandará vários anos e provavelmente terá que incluir um elemento internacional.
Interessado em financiar oportunidades para ajudar a salvar uma espécie que está em sérios apuros? Existem algumas oportunidades interessantes para apoiar os planos para expandir as instalações do projeto de Criação de Conservação, as contribuições tanto grandes quanto pequenas serão muito bem-vindas.
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